Matasueños
Os cigarros de manhã no balcão
Sua pele envelhecida...sua silhueta esfumaça
nada é algo que se chame de vivo
Me casei com poemas, tentei lhe dizer
Ele fuma
Zigzzagueia pela rua atrás da cerveja robusta...não sei como lhe dizer que é o único que ele faz com fervor
Nada de novo
Ele é profundo como o copo
vivaz como a ponta de seu cigarro
Eu abria a janela pra entrar o ar fresco..ele se punha na frente fumando para interromper o que ainda é fresco
Não sei se ele se dá conta
piedad
Não lê mais que as notícias
Entre as estátuas caminha e matasonhos, como quem pisa forte de bota
Fico olhando ele fumar, com seus trocos, dormir tarde sem nada para comentar...vagando pelo mundo, por matérias inertes...
E de repente às vezes imagino que ele se sinta pobre...pobre ser humano... vazio...e toda sua fala seja um eco de um mundo que cai...cai...
E os negros vencerão, a riqueza será compartida, as casas de praia serão dos guaranis, o mercado será um eco bárbaro, e ele voltará a tocar levemente essa rua onde nascem os músicos e ninguém precisará se esquecer...
Há de haver um golpe de sorte para os que deixaram de sonhar deixem de caçar os que sonham
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