Rito abismal

 Hoje finalmente entendi o que move todo por esses tempos...

Um passo noturno e vi as fúrias ocas.. as raízes das árvores dos dias. 

Sonhar é acordar pra dentro...por dentro...

Claro como a água que se acalma

Clarita

Que sorte triste se assomar a janela da tua alma minha

Poder estar perto antes que arrebente a palavra, sentir teu coração que está frio como uma pedra. 

Estivemos juntas... e como estás tomada, não mais casita que baila...uma casita-tomada de inverno.

Toda essa pirotecnia era por outras razões...meudeus. 

A razão nunca é razão mesmo..  

é linguagem e essa noite a linguagem entre nós era sem filtros e beras... o amor mais forte que o amplo

 é o passional e esconde suas palavras vivas

"Quando torna-se mágoa é o avesso de um sentimento... medos..desejos de vingança...." de Caetano.

Essa emoção avassaladora..

O ciúmes se uniu aos astros, aos anos, aos búzios e nesses dias injetou toda essa incandecencia própria dele... e escutei na noite de ti..."ela é minha!! Somos só nós" 

Era noite e era por trás de tudo, era um ciúmes abismal...

Precisou esse palco todo para destruir e lambuzarse?

O avesso de se criar crianças em uma tribo era destruir uma tribo com essa motivação como lança.

Enfim descanse em paz,

A fria passionalidade existe...

O heróico não faz sentido no fantástico mundo do ciúmes, ou se reduz a um amor pequeno de posses agudas, e espetáculo

Amor projeto de café, bar e casamento com bonequinhas e bolo e o bairro artístico...

Adornaste o ciúmes com plumas "despretensiosas" como se não afundassem barcos de papéis das crianças 

Vocês queriam se casar como se faz no mundo... era sobre casamento isso, gente... queriam se engolir num beijo que exclui o ao-redor

e todos ao redor servindo para arrodear o beijo. Plateia..likes...

Foi seco assistr a aspereza do oculto 

do que move sob a superfície dos golpes...

Que agora essa união perdure sobre escombros...

Lembro dos israelenses que foram se casar sobre os escombros palestinos. Tirando fotos.

Algo assim fazem as pequenas burguesias do amor em nome dessa inquestionável virtude de amar exclusivamente uma a uma...

Casar-se

E depois comprar um teto parece ser o sentimento mais nobre desse mundo. Que utopia de medo nos meteram adentro...

No final do sonho, me despedi, paguei minha conta no bar que estávamos todas e a conta estava super cara (carissima). E saí vagando pela periferia.

Encontrei uma grande construção se fazendo no campo, onde dormiam muitas senhoras andinas, mamitas, em camitas com poncho... e diziam que queriam melhores condições de trabalho e que não queriam trabalhar naquele shopping que se erguia no mundo rural tirando o tempo delas para o preparo do alimento...elas pediam ajuda, esse shopping parecia babel. Elas queriam suas tradições e pediam com suplício: o tempo e a natureza.

Pensei nesse choque...esse abismo entre os discursos do que é feminismo e a espera....larga... 

Que entorpecente forte esse que anda por aí...que droga branca corre nos corações nesse fim de tempos... o amor para além dos dois... é um bicho estranho... Os pudores estão em alta.

Cada vez mais em cativeiros andam as artistas que vieram cantar liberdades... 

Olha...

Com vingança ninguém se meta... já comece entregando os pontos, minha amiga, meu amigo. 

Que quem não vê nada por ciúmes, se lambuzará de heroísmos-outros para todos nunca verem que esconde seu coração...o mais mesquinho dos ritos.

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