Uma visita a uma escola diferente
A entrada no castelo era por imensos portais, o clima era quase de fim de tarde, quade começo da noite, como se o tempo abrisse um véu nessa hora. Ali entramos nós duas. Não me sentia cômoda, mas a curiosidade era maior.
A decoração era bonita, requintada. Logo apareceu a senhora que não sabia quem era, mas pelo olhar enigmático, era alguma mulher poderosa. Era fina, elegante, com cabelos acinzentados, aparentava uns 55 anos. Vao saber. Ela logo escolheu minha amiga, que foi fácil, entraram em seu quarto. Não sei que passou. Pela maneira que minha amiga saiu, havia passado algo impactante. Parecia enfeitiçada por uma visão das coisas. Percebi que ela era mais que uma mulher, de repente estava do lado de fora e se vestia agora de negro, com um lençol enrolando na cabeça. Me acerquei dela, olhei bem fundo nos olhos dela e disse "você sabia que há o bem e o mal. Preserve sua inocência, se mantenha na luz". Não imaginava dizer essas coisas. Essa senhora me olhava com uma mistura de assombro e de provocação: "quem é essa pra dizer essas coisas". Era a cara que tinha. E nesse lugar as leituras interpessoais ocorrem em microsegundos entre as palavras.
Um jovem rapaz chegou e também entrou em seu quarto, ele era lindo. Saiu de lá confiante e ela rejuvenescida, estasiada. Minha amiga e eu apenas testemunhavamos esse grande castelo com suas portas e me dava conta que era uma escola de bruxos.
Essas coisas você vai se dando conta aos poucos, vai se revelando, senão você ja teria saído correndo.
O jovem ficou perto da minha amiga. Se tornaram afins, tinham a mesma afinidade e beleza. Eu seguia intrigada com o quarto da mulher. O terceiro jovem entrou. Minha amiga se aproximou, abriu a porta e levou um susto. Estava de longe e só vi ela dizer, há neve aqui dentro. Um vendaval de neve! Fechou a porta correndo. Diante da alta magia, saimos.
O outro moço nos acompanhou. De repente apareceram muitos jovens. Fomos apresentadas como recém chegadas.
O moço assim que nos apresentou, atraiu a presenca de uma jovem oriental que parecia ser a responsavel pelas adivinhações de caráter.
Ela me puxou ao centro e fui. Disse " olhe nos meus olhos". A olhei fundo, ela me desafiada, confiava intensamente em algo que nâo sei. Arrumei o cabelo para nao ter nada destraindo sua mirada da minha. Trocamos a desnudez da alma.
E ela disse a todos.
"Alma pura. Podem confiar nelas. Elas tem o coração muito bondoso".
Notei que ela determinou nosso carater, apenas com essa mirada.
Olhei para trás e vi que minha amiga estava intrigada, buscando alguem. O moço que recém lhe acompanhava havia desaparecido. Ela dizia a outra mulher ruiva. Onde ele foi? Onde ele foi? E seu desespero era aparente. A moça não entendia porque ela reagia com desbalance. E vi que sua maior debilidade estava aparecendo.... o medo do abandono...
Esse lugar estava lhe afetando. Ali exigia um estado de presença sem medo, sem fuga.
Desde esse momento, começamos a trilhar caminhos diferentes. Não tinha ido com a cara daquela mulher que usava da debilidade de minha amiga para infundir sua presença e fazer vai saber o quê na sua psique.
Sempre confiei no olhar, no contato não invasivo, desnudo e com amor. Como dois seres realmente se reconhecendo como um.
E ali tudo era testado, o sinal maior de ausencia vital, de caráter, era o olhar desbaratinado, ou o olhar de desden, de ironia.
Veremos que nos espera nesses estranho lugar.
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